Projetar residências em série envolve conceitos como modulação, repetição e padronização. Esse modelo, muito presente na paisagem urbana de Curitiba, normalmente é representado por casas assobradadas com telhado, dispostas lado-a-lado, que não se comunicam formalmente entre si. Ao recebermos a demanda do cliente e construtor nos deparamos com o desafio de materializar uma unidade formal ao unir sete residências distintas, sem deixar de perder a identidade e individualidade de cada casa.

Como o terreno retangular possui a menor testada voltada para a via, a implantação foi disposta em duas linhas perpendiculares ao maior sentido do lote, com três unidades voltadas para a rua e quatro para o terreno dos fundos. O acesso ocorre por meio de uma entrada comum, situada logo abaixo do raio de uma araucária, que leva a uma rua interna. Esse espaço de entrada e circulação também permite uma vivência entre os moradores, traduzindo uma atmosfera de vilarejo ao priorizar o pedestre unificando o piso de pedra nas garagens e no boulevard, como uma via compartilhada.

O conjunto buscou separar volumetricamente o pavimento superior, branco, do pavimento inferior, cinza escuro, com o intuito de horizontalizar a leitura do bloco. Placas laterais nas extremidades do volume reforçam a ideia de uniformidade ao agregar todas as casas, por meio das lajes das sacadas em balanço, em massas únicas.

A disposição do programa situou as áreas de serviço logo na entrada de todas as casas e as áreas sociais voltadas para cada jardim privativo, o que, somado ao bom distanciamento entre as residências, garante privacidade aos habitantes. Para potencializar a entrada de luz nos ambientes do miolo da planta, foram abertos recortes e vazios na volumetria, formando quaradouros para as lavanderias e trazendo também maior ventilação para os quartos.

O projeto priorizou, no fim, uma leitura integral da arquitetura enquanto cria singularidades para cada unidade, opondo-se à ideia de divisão física que a tipologia acaba reproduzindo.