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  • Projeto

    Casa Platéia
  • Local

    Curitiba-PR
  • Área

    213m²
  • Ano

    2021
  • Construtora

    Ligare
  • Estrutura

    Marco Antônio Rodrigues
  • Fotografias

    Mahani Siqueira

Descrição

Posicionada próxima ao Parque Barigui, espaço público que marca a identidade curitibana, em uma região caracterizada por pequenos lotes, topografia acentuada e ruas estreitas, a casa Plateia procurou, desde as primeiras concepções projetuais, descortinar o horizonte e tornar essa paisagem parte do projeto. Por outro lado, os anseios de seus habitantes eram a privacidade, um escritório iluminado e integrado a área de estar, uma quadra para prática de tênis e empenas que comportassem suas coleções, ora em estantes, ora em áreas para elementos decorativos presos às paredes. Eram bonecos, miniaturas, gravuras, fotografias, carrinhos, casas de boneca, posteres, pratos e mais brinquedos. Os objetos colecionados, somados aos ofícios do casal, ele um fotógrafo e ela uma ilustradora conhecida pelos trabalhos em livros infantis, nos convidavam a explorar no projeto o imaginário aguçado.

Considerando o declive do lote e respeitando a área protetiva de uma araucária, a área de esporte foi implantada na porção mais baixa, nos fundos do terreno, junto a um pomar e uma horta que se funde com a escada que conecta o platô superior, no nível da rua. A fim de potencializar as conexões visuais com a paisagem, o projeto procurou inverter a lógica de distribuição de programas usuais de uma residência de dois pavimentos: a parte íntima da casa, com seus quartos, está localizada no pavimento térreo; já o setor social está distribuído em uma planta livre no pavimento superior, tornando-o protagonista e servindo como mirante.

A definição da volumetria do projeto levou em consideração a possibilidade do uso de empenas cegas coladas às divisas laterais. Partiu-se então do arquétipo de casa com cobertura de duas águas que, revestida de branco, destaca a composição. Com a inclinação das lajes, o espaço superior ganhou um pé direito mais alto, o que permitiu a inserção de um sótão flutuante que abriga o escritório, integrado espacialmente com as outras áreas sociais. As perfurações do bloco edificado foram posicionadas como molduras, que enquadram os visuais, mesclando-se à decoração do casal e captando o sol da fachada norte. Na face sul, voltada a rua, propõem-se poucas e organizadas aberturas, além de jardineiras que garantem a ventilação cruzada e comunicação com a via.

Aproveitando-se ainda de uma das águas do telhado, surge na cobertura uma arquibancada que serve de mirante externo. Com isso, de maneira lúdica, o projeto remete ao imaginário coletivo da forma icônica da casa, ao mesmo tempo que reorganiza suas dinâmicas internas, passando por níveis que vão se expandindo e se integrando: do chão, do pomar, até o céu, momento máximo de percepção e inspiração.

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